Post no Insta: Sobre o Alimento Invisível – Quando a psique se nutre de Imagens

“Não é que eu tenha medo do alimento, mas ele parece ter sobre mim o poder que teria uma pessoa…” Essa fala, retirada do livro Mulheres Famintas, nos conduz a uma questão fundamental: quando a comida deixa de ser apenas comida e se torna uma presença psíquica, carregada de sentidos ocultos?

No trabalho clínico com transtornos alimentares, vemos frequentemente o alimento se tornar metáfora – ora ameaça, ora refúgio. No caso da anorexia, o ato de se alimentar não ocorre no nível do corpo, mas no da psique. O alimento concreto se esvazia para dar lugar a outra nutrição: a das imagens.

A jovem do estudo de caso vive um paradoxo semelhante. Sentindo-se invisível no mundo, ela busca alimento em imagens que possam dar contorno ao seu ser. Seu corpo reflete o que a psique tenta expressar: um conflito entre ser vista e desaparecer, entre desejar nutrição e temê-la. O espelho não é apenas um objeto, mas um altar onde sua imagem busca sentido.

Assim, o transtorno alimentar não é apenas sobre comida, mas sobre o que nutre a psique. O que alimenta essa jovem? O que lhe dá estrutura e sentido? Como ajudá-la a transformar essa fome psíquica em algo que a fortaleça na vida, e não apenas na fantasia?

São perguntas que a psicologia analítica precisa considerar. Afinal, quando a psique se alimenta apenas de imagens, o corpo se esvazia – e a vida se distancia.

Quer saber mais? Em março começa o grupo de Estudos com a Dra. Kelly Tristão! Clique aqui

Share this content:

Psicóloga Clínica Junguiana; Doutora em Psicologia com enfoque em Saúde Mental Infantojuvenil (UFES); mestre em Psicologia com ênfase em saúde mental; e especialista em Psicologia Clínica e Familia e em Psicologia Analítica. Atualmente está fazendo no Pós-doutorado na temática de Transtornos Alimentares pelo PPGP da UFES, e pós graduação em Transtornos Alimentares e Obesidade pela PUC/RJ. Com experiência de mais 20 anos na Clínica Junguiana, tem experiência: na Psicologia Hospitalar e Saúde Mental; e na coordenação de oficinas de arte e grupos terapêuticos. E é professora de ensino superior. Pesquisadora na área de Saúde Mental (com diversos artigos científicos e capítulos de livro publicados), associada do Colégio Brasileiro de Medicina do Estilo de Vida, e também é facilitadora de Grupos de Estudos sobre Feminino e Psicologia Analítica. No Cepaes, atua como psicoterapeuta individual de adolescentes e adultos, casais e familia. supervisora clínica e professora. Instagram: @kellytristao.psi

Publicar comentário